domingo, 2 de maio de 2010

Tudo acontece em Elizabethtown



Acabo de assistir o filme “Tudo acontece em Elizabethtown”. Mais despretensioso que o filme, só a maneira como o assisti. Não decidi assisti-lo, tanto que não o vi do começo. Cheguei a ele numa daquelas incessantes procuras pelo o quê assistir na bela programação dominical da TV aberta.

Eu gosto de comédias românticas, gosto sim. Só que especialmente daquelas que acrescentam algo mais do que sonhar que a minha vida um dia será como aquele filme de final feliz. Já passei dessa fase. E Elizabethtown fez isso comigo hoje.

Não quero nem tenho competência para fazer uma crítica ao filme, muito menos escrever a sinopse dele. Eu quero é passear pelas lembranças passadas e vontades futuras que ele despertou em mim.

Eu já briguei, discuti e chorei com a imagem de Davi ao meu lado enquanto dirigia como Drew (Orlando Bloom) fez com a urna das cinzas do pai dele. Eu já me senti uma fracassada e busquei - mesmo que sem querer – um sentido para minha vida e achei. E costumo fotografar cenas simples com meu coração como a Claire faz no filme com seu charmoso "click".

Por outro lado, eu descobri há pouco tempo o prazer de se viajar de carro, mas nunca pensei em trilhar um roteiro sozinha como o Drew fez. Também nunca pensei que perder alguém pudesse ser motivo de celebrar a vida desse alguém como ele fez com a vida do pai. A cena da família e dos amigos cantando, lembrando do Mitch (pai do Drew) em vida me fez lembrar uma frase do Drummond que diz assim: “a dor é inevitável, o sofrimento é opcional”.

A família Baylor (personagens do filme) tornou a perda do Mithc uma dor sem sofrimento e celebraram a vida dele como fazemos nos aniversários, só que um aniversário de uma vida inteira. “Por um acaso” da vida, no meio de tudo isso, o Drew ainda conhece uma garota incrível, a Claire( Kirsten Dunst), desprovida de pudores, regras ou rótulos. Com uma liberdade de escolha, de atitudes e de uma leveza apaixonante.

Tudo acontece em Elisabethtown, tudo acontece ao nosso redor. Perdas e ganhos. Sorrisos e lágrimas. Comédias e dramas. Cada um decide em que filme quer atuar. Eu respeito meus momentos, minhas tristezas, meus dramas, mas como eu disse, eu gosto de comédias românticas, gosto sim. E prefiro atuar nelas, prefiro aceitar as histórias do Nelson Rodrigues, prefiro aceitar “a vida como ela é”
 .

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom, às vezes me questiono incessamente sobre nossa conversa do Dom ontem, se ele realmente existir, você tem ele em grande escala viu!!! Nunca deixe de escrever, suas palavras tem o "dom" de fazer rir, chorar, e refletir. No Festival de Literatura que estive, perguntaram a Affonso Romano se escrever dói?, e ele levemente disse: Não, ele disse que se não escrevesse se sentiria mal, e que algumas poesias se ele não as escrevesse teria um ataque cardíaco, kkk.
    Continua escrevendo amiga e aliviando a alma.
    Sinto muito orgulho de você, temos compartilhado muitos momentos, que fortaleçem ainda mais nossa amizade, agradeço a Deus por sua vida, sua família, e por todo esse carinho que recebo de vocês!!!Bjo, e continua, tenho sede de leitura!!!kkkk.

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  3. Ah, os filmes do Cameron Crowe... este é um daqueles fenomenais. Aguçou a minha vontade de viajar sozinho justamente após assisti-lo - isso há uns dois anos ou mais. A imagem da Claire, uma mulher descomplicada que também desata os nós da vida de Drew... Enfim, um rico cenário pra nos fazer sonhar.

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  4. Amei o texto, e o filme é mesmo daqueles despretenciosos e com mensagens interessantes.

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