segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sonhos devem ser realizados, e não explicados

“Não há nada como um sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã ". Essa frase do Victor Hugo é completa pra mim. Eu não acrescentaria uma palavra sequer. O encaixe dela é de uma plenitude estigante e absoluta. Especialmente agora que eu estou a pouco mais de um mês de realizar um dos maiores sonhos da minha vida.

Todos os que convivem comigo sabem que eu vou a 6 shows do Pearl Jam em novembro. E não, eu não vou justificar aqui a razão de ir a “tantos” shows. Só quem almeja algo parecido seria capaz de entender. Apesar de que entender sonhos é, no mínimo, contraditório e desnecessário. Sonhos devem ser realizados, e não explicados.

Talvez o meu entendimento a respeito de sonhos seja, apenas, um pouco diferente. Pra mim, realizar sonhos está muito mais relacionado ao viver, ao ser e ao sentir do que ao ter. Nessa situação, eu prefiro muito mais o abstrato ao concreto. E sim, eu já realizei um grande sonho concreto: comprei meu apartamento no início do ano e por isso eu posso afirmar que sonhos abstratos me fazem muito mais feliz.

Viajar, conhecer novas pessoas, novas culturas, ir a shows de suas bandas preferidas, ver o seu time de futebol ser campeão ao vivo,  experimentar algo diferente, reencontrar um abraço desejado, nada disso é palpável. Você apenas vive, senti. Um apartamento, um carro, uma fazenda, uma casa de praia, tudo isso você tem, você possui. E não estou dizendo que não são coisas bacanas de sonhar e alcançar, mas você não levará nada disso consigo. Simplesmente, não é algo prioritário pra mim.

Por isso, pra quem não entende ou julga os sonhos dos outros, eu sugiro: sonhe algo e realize. Viva essa realização e experimente essa sensação de plenitude, de alegria e prazer que parece não caber em você de tão grande que é. Todo mundo merece sentir isso ao menos uma vez na vida. E eu já estou sentindo. Mas eu sei que não é nada parecido com o que eu sentirei quando novembro chegar. Isso porque eu descobri que sonhar é muito bom, mas realizar sonhos é melhor ainda.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

De volta à esquina


Seria muito mais simples eu dizer que não sei ao certo a razão pela qual eu passei tanto tempo longe dessa esquina. Mas o principal motivo de eu ter chegado até aqui, desde a primeira letra, foi a sinceridade. A sinceridade com os meus sentimentos, com o meu momento e com o meu tempo. E foi por eles que eu dei uma pausa, mas estando certa de que o retorno não tardaria.

Isso porque escrever é uma necessidade inerente a mim. Minha vida está mais corrida, os afazeres só aumentam, as responsabilidades também, mas a escrita sempre terá o seu espaço, pois ela beira o vital. E por mais que eu não desejasse falar mais sobre certos sentimentos, eles também estão intrínsecos ao meu ser e seria hipocrisia ou, no mínimo, desnecessário, dizer que eles não voltarão à tona.

Acontece que eu estou mudando. As minhas perspectivas de vida estão mudando e isso, naturalmente, refletirá nos meus textos. Já faz um tempo que estou tentando exercitar o se permitir, o experimentar, o ousar mais, só que sem esquecer-se do se respeitar. E talvez, também, por isso eu esteja mais aberta. Aberta a novas sensações, momentos e sentimentos. É bem provável que a aproximação dos 30 anos tenha alguma coisa a ver com isso, mas acho que é um todo mesmo. E 2011 tem sido um ano muito generoso com esse “todo”.

Eu, finalmente, voltei a viver nesse ano. Eu já não passo apenas pela vida ou preencho o meu tempo tentando tampar um buraco abstrato como eu estava fazendo desde junho de 2009. Eu tive que voltar pra terapia, mexer na ferida, entender a “cura” como algo que se faz de dentro pra fora e fechar o ciclo. O que não significa que passou. Significa apenas que eu quero que passe, que eu estou facilitando as coisas pra Deus e pra o meu destino agir sem bloqueios.

Por isso é muito bom estar de volta a essa esquina. É muito bom perceber que, de alguma forma, a minha vida está apenas começando e que ela terá nessa ou numa próxima esquina, uma nova chance.