sexta-feira, 10 de junho de 2011

O último texto cronista - 7CC




Como é difícil dar adeus ao que nos faz bem!!

Eis o último texto do blog 7 cronistas crônicos que tive a honra de escrever representando todos os meus amigos cronistas.


É pra vocês...


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nuda do nada


Hoje eu quebrei a minha rotina da maneira que eu mais gosto: com música. Meu professor de pilates e amigo, o “Serjão”, fez o convite, me deu o site da banda, eu ouvi, gostei e topei. Enfrentei a delícia do trânsito de Boa Viagem vindo de Joana Bezerra até Piedade, fui à terapia e de lá voltei até o Pina. Tudo isso só pra ver um show de uma banda que há 24 horas eu não sabia nem que existia.  E assim, sem nenhuma expectativa, me surpreendi.

O Nuda é uma banda boa, tem uma pegada bacana do rock, mas com uma mistura peculiar de arranjos bem elaborados, bem sonoros, limpos. Mas eu não tenho intenção, interesse ou capacidade de criticá-los seja da forma que for. O Nuda me cativou pela sensibilidade. Especialmente a do vocalista, especialmente quanto a se despir ao demonstrar insegurança, nervosismo e o medo em si. Eu já vi aquele filme antes.

Quando eu trabalhei com música, eu tive a oportunidade de participar de todo o processo que o Nuda viveu hoje. Quando o Cordel lançou o seu primeiro CD no Teatro do Parque, aquela sensibilidade também estava em Lirinha. De uma forma diferente, claro, são pessoas diferentes, mas lembro do jeito dele, de Emerson, de Nego, durante todo aquele dia que insistia em não anoitecer. Só quem ama a música e dela quer viver, sabe o que significa chegar até ali: a apresentação do “primeiro filho”. E não, eu não sei o que é isso, mas juro que consigo sentir.

Cada pessoa carrega um sonho dentro de si. E cada um sabe as dores que sente para chegar até ali. E pra mim, o músico é um profissional especialista nisso. Na descrença dos outros, até mesmo de quem se ama, no julgamento, nas omissões, na solidão. E não de repente tudo passa a ter sentido, o que era abstrato torna-se concreto, e o que antes precisava de resposta, de justificativa, passa a não precisar mais. A música por si só é a resposta para nenhuma das alternativas anteriores.

Isso tudo eu aprendi essa noite. Ou me lembrei, ou conclui, pouco importa. O Nuda despertou isso. Essa sensibilidade musical que tanto me cativa. Que só me faz ter a certeza que escolhi estar no lugar certo: na platéia. Apenas admirando e torcendo para que, seja como for, o amor à música seja sempre maior. Até porque, amar nunca é demais, amarénenhuma.

terça-feira, 7 de junho de 2011

É mesmo impossível ser feliz sozinho?


Os filmes, as músicas, as novelas, os livros, todos nos conduzem a acreditar que para sermos realmente felizes e realizados na vida temos que ter um par. O solteiro muitas vezes é visto como o solitário, o carente por estar sozinho ou qualquer coisa parecida. E eu posso afirmar isso com certa propriedade. Isso porque virou moda entre alguns amigos e familiares a mania de querer arrumar alguém pra mim.

Eu adoro comédia romântica. Não vou mentir, gosto mesmo. E sim, elas me fazem chorar e acreditar por alguns instantes em príncipes encantados lindos e charmosos. Só que eu enxergo algo além de seus finais felizes. Observe: tente lembrar-se do último filme desse gênero que você assistiu. Ele (o moçinho) ou ela (a moçinha) programou a maneira como se conheceriam ou articularam como seria o primeiro encontro como quem programa uma pipoca no microondas? Não, creio que não. Isso porque o acaso é que fascina (e dá bilheteria). Se tudo fosse metodicamente programado, não teria graça (nem expectadores).

De alguma forma a vida também é assim. Eu realmente acredito que relacionamentos amorosos não se procuram ou programam. Eles são achados, eles simplesmente acontecem. E quem disse que eu quero viver um grande amor agora? Não queridos, eu não quero. Ou melhor, pode até acontecer, claro que pode, mas não procuro o pacote completo: marido + casa + filho. Na verdade não procuro nada, só me sinto livre para ser achada. Eu quero mesmo é aproveitar os momentos, viver as oportunidades e não sentir receio de me entregar às sensações que eles poderão me causar. Quem sabe assim, como quem não quer nada, o amor se lembra de recomeçar?

Mas independente disso, eu estou feliz, ou melhor, eu sou feliz. E sozinha. E solteira. Desculpem-me o Tom e a sua poética e sonora wave, mas eu tenho que discordar de vocês: não acho impossível ser feliz sozinho! Para isso, basta gostar de si mesmo, muitas vezes da solidão da sua própria companhia. Basta escolher a maneira mais positiva de encarar as circunstâncias dos caminhos percorridos e estar verdadeiramente aberto para sentir a vida, sozinho ou acompanhado.