sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Uma conquista que não tem preço


Hoje, finalmente hoje, eu posso afirmar: eu tenho uma casa própria, comprei o meu “ap”. Agora o documento está no meu nome, todas as chaves estão comigo e sim, ele é todinho meu! Eu sempre ouvi colegas descreverem a emoção dessa conquista, especialmente aqueles que, como eu, financiaram esse sonho em longos 30 anos. Porém, em nenhum dos meus sonhos – acordada ou dormindo – eu cheguei perto de sentir o quão grandioso isso é. É uma sensação indescritível, de alívio, de olhar pra trás e ver que todo o caminho que eu percorri valeu a pena. Sinto que hoje é o amanhã que ontem eu esperei chegar.

Para algumas pessoas isso pode ser tão comum, até mesmo banal. Isso porque há quem ganhe carros e apartamentos como quem ganha um perfume no aniversário. Só que pra mim isso é muito mais do que a compra de um apartamento, é um sonho mesmo realizado. Um sonho de pelo menos 20 anos. Eu e minha irmã sofríamos quando tínhamos que nos mudar. Acho que não moramos em menos de 10 prédios durante a nossa infãncia. E naquela época não tinha celular, orkut, email para falar com os “amiguinhos”. A gente sempre tinha que recomeçar.

Além disso, tinha a minha mãe e os seus sonhos que acabavam sendo os meus também. Ela sonhava em ter uma casa que pudesse quebrar a parede, aumentar a sala, fazer uma janela e etc, só que por não ser o canto dela, nunca pôde fazer. E eu sonhava em realizar isso para ela um dia. E esse dia chegou porque o que é meu é dela, e é do meu pai e da minha irmã. No dia da assinatura do contrato na Caixa, eu sabia que meus pais não poderiam ir porque era em horário comercial. E aí chega meu pai, ele chegou mais tarde no santíssimo e sagrado futebol dele e foi lá só para estar comigo naquele momento e tirar fotos. Foi uma delícia.

Infelizmente eu não vou poder ir morar no apartamento agora. Infelizmente não porque tudo tem um tempo certo para acontecer. É que além do financiamento, eu tive que tirar um empréstimo para a entrada e não tenho condições de segurar a onda dos dois. Vou ter que esperar pelo menos um ano e meio, mas tá tudo certo. E o susto inicial de uma dívida que vai durar 30 anos já passou. Depois que eu pagar a primeira parcela só serão 29 anos e 11 meses, quase a minha idade. Moleza!

E essa conquista eu devo aos meus pais e a minha irmã. Aos meus pais pelos “nãos” conversados que eles me deram, mesmo machucando-os por dentro. Eles me fizeram aprender a dar valor ao trabalho, à vida, à luta diária pelo pão de cada dia e às conquistas suadas. Ao meu pai, em especial, que resolveu tudo pra mim e tem me ajudado absurdamente. E minha irmã pela ajuda com o seu FGTS, pelo incentivo, pelo apoio e sonhos sonhados juntas.

Essa é uma conquista que não é o cartão mastercard, mas que também não tem preço
 

domingo, 23 de janeiro de 2011

Do peso à leveza

Eu tenho todos os defeitos do mundo, mas algo que eu penso que sei fazer é reconhecer os meus erros. Acho muito mais válido ouvir, entender, pedir desculpas e continuar. Por mais que existam justificativas para quase tudo, prefiro tentar simplificar as coisas exercitando a humildade. Mas nem sempre isso é fácil. Essa semana, durante uma conversa que naturalmente foi se tornando séria, perguntei para uma amiga se eu era uma pessoa densa, e ela disse: “você é densa, mesmo se esforçando para não ser”.

Aquilo foi como uma tapa no meu rosto. E de mão cheia. Doeu muito, muito mais até do que ela, com as suas melhores intenções, pode imaginar. Mas eu preferi não contra argumentar, apenas aceitar e tentar entender o que ela queria dizer. Ainda estou em processo de digestão, de análise disso tudo. Tenho até acordado de madrugada simplesmente para pensar, pensar e pensar.

Por mais que eu tenha levado muita porrada da vida, não posso fazer disso uma justificativa ou permitir que tais cicatrizes continuem pesando sobre mim. Eu adoraria saber onde colocar os pesos das dores que ainda carrego no peito, na mente, mas ainda não sei como me livrar deles.

A única certeza que eu tenho é que não, eu não sou uma pessoa pesada. Eu estou pesada. É diferente. E mais: eu não continuarei assim. Posso até nunca mais voltar a ser a Sandryne que eu sempre fui, mas quem sabe um dia eu serei uma Sandryne melhor.

E  eu vou buscar isso, ou melhor, eu já estou em busca disso. É um exercício, não? Preocupar-me menos com as coisas, deixar mais as coisas acontecerem, não querer resolver tudo por todos, não querer defender quem não precisa de defesa ou sabe se defender e não permitir que meu passado, que os erros do meu passado influam - ainda mais - negativamente no meu presente e no meu futuro.

E eu vou com toda fé, com toda determinação...e irei até o fim,  do peso à leveza. 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O valor da vida - 7CC


Esqueci de colocar aqui no blog o link da crônica da semana passada publicada nos 7CC

O link abaixo é o texto de hoje: o valor da vida.

Nele eu falo sobre a tragédia das chuvas no Rio, mas no aspecto da valorização da vida. Foi o melhor que pude escrever sobre um tema que eu jamais gostaria de ter escrito.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Falando por mim...

Eu não sei ao certo o porquê, mas estou numa fase bem saudosa sem maiores motivos aparentes. Nas minhas leituras de blogues diários, encontrei o blog da Aldrêycka. Acho que nunca li um texto que falasse tanto por mim como o dela. Se ela não passou por algo igual ou parecido com o que eu passei, ela também carrega consigo uma dor de uma saudade que a fez ter tamanha sensibilidade para escrever algo tão bonito. Recomendo-a!

Me afogar em você

“É inacreditável a necessidade que eu tenho de te guardar intacto em minhas lembranças. Cada olhar, cada sorriso, cada gargalhada, tua voz... Tudo precisa estar empacotado à vacuo e muito bem guardado em minha memória.

Eu agora sei que te perdi. Perdi de vez e nunca mais vou poder ter tuas caras e bocas ou tua gargalhada desconsertada. Deve ser por esse motivo que eu alimento essa obsessão em te guardar intacto em mim. Tudo seu que eu tiver, guardo como puder. Momentos são escritos e gravados. Fotos, armazenadas. Sorrisos, memorizados. Momentos, congelados. Fatos, imortalizados. Seria até romântico se não soasse doentio.

A cada momento como esse, quando eu me afogo em você, percebo o quanto vai ser difícil seguir em frente e te deixar pra trás. Sinceramente, acho que isso nunca vai acontecer. Provavelmente por nunca termos o controle emocional de colocarmos um ponto final nisto tudo. Ou por nunca termos sido maduros o suficiente para enfim decidir alguma coisa. O que eu vejo são duas pessoas fugindo da forma que podem.

Sinceramente a realidade de nunca mais ter você, mais parece uma bolha de sabão enorme, prestes a estourar bem no meu rosto. E eu postergo isso ao máximo. Mas eu sei que uma hora ela vai estourar, e eu preciso estar preparada para isso.

Preciso parar de superestimar tudo isso. Preciso amadurecer. Mas eu trocaria tudo isso por 15min com você. Só mais uma vez te escutar, só mais uma vez rir com você e me aborrecer com seus momentos "desligado do mundo". Eu queria só mais uma vez tentar, e implorar para você não ficar com esses olhos de quem quer, mas não pode. Por que, ora bolas, quem sabe poderíamos ser tudo isso que cada um de nós julga impossível ser.

É dolorido me afogar em você. Me sufocar com tua ausência e me entorpecer com teu perfume. Mas é a forma que eu encontro de te deixar sempre vivo e próximo a mim em minhas lembranças. E a memória é o lugar mais próximo que eu consigo chegar até você. E o único lugar onde ninguém vai poder tirar você de mim - NUNCA.”


Aldrêycka Albuquerque