quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Sobre os ônibus e as pessoas


Chegou o grande dia. Meu carro chega hoje, o João Way. Engraçado como a gente se acostuma rápido com o que é bom. A vida inteira eu andei de ônibus, há pouco mais de um ano que eu ando de carro, mas eu pude perceber que não senti falta do buzão. Ainda mais porque voltei ao GOL (grande ônibus lotado) no período de volta às aulas e de chuva, ou seja, muita gente e janelas fechadas. Mas como sempre, procuro ver um lado bom em tudo...e encontrei, ou melhor, reencontrei porque elas ainda estavam lá.

Durante dois anos eu peguei o Candeias/Dois Irmãos (conhecido pelos alunos da UFPE como “two brothes”) às 06:30hs para chegar à universidade às 08h, daí largava ao meio dia, pegava no trabalho às 13h, largava às 19h e voltava ao Campus para adiantar o curso por causa da greve. E pra finalizar, o último “two brothers” da noite para chegar em casa às onze. Ou seja, boa parte do meu dia eu passava nos ônibus.

Os motoristas e cobradores desses horários tornaram-se grandes amigos. Nossa amizade começava porque eu sou campeã em dormir em ônibus. Eu durmo em ônibus como ninguém, é minha especialidade, então eles costumavam me acordar nos terminais e a partir daí, uma nova amizade nascia. Por sinal, quinta-feira eu passei direto e fui parar no terminal de Jardim Piedade (um tanto distante da minha casa). Liguei para minha mãe dizendo que ia me atrasar e ao desligar o telefone ela ainda estava dando gargalhadas, fazer o quê?

Outra coisa bem peculiar dos ônibus pra mim são as pessoas. Eu e Nathália, minha amigona da facul, costumávamos dizer que íamos escrever um livro só com as personagens da Avenida Caxangá. E não foram poucas. Essa semana eu pude reencontrá-las, não as mesmas, mas eram elas. Sexta-feira eu estava na parada há mais de 20 min., numa chuva danada, o guarda-chuva velho de guerra e aparece um Gene Kelly cantando Singing in the rain dando voltas e mais voltas no poste. Ele era a pessoa mais feliz daquele lugar. Passei o dia rindo me lembrando do cara que mais parecia com aquele cantor de Tieta, o Luiz Caldas.

Já ontem eu reencontrei um pedinte famoso do ônibus Rio Doce/ Piedade. Durante os quase dois anos que eu trabalhei no bairro do Torreão, eu só tinha essa opção de ônibus para voltar e ele sempre estava lá às 18:20h. Eu já tinha todo o texto decorado de seu acidente de moto em que caiu no Rio Tiête em São Paulo. Eu sabia de có e salteado a quantidade de costelas fraturadas e os pontos espalhados pelo seu corpo. Saí desse emprego em 2008 e ele continua lá, no mesmo ônibus e com a mesma estória. Ele também me reconheceu, depois da estória ainda ganhei um abraço carinhoso, uma pipoca salgada e fomos conversando até Boa Viagem.

Eu acredito de verdade que tudo tem pelo menos dois lados, ou seja, um positivo e um negativo. Então eu tinha duas opções: ou me estressar e focar na péssima qualidade de transportes públicos de Recife ou relaxar e observar o que tem de bom e até engraçado naquilo, no meu ponto de vista, as pessoas. Fiquei com a segunda opção e até me diverti em alguns momentos esses dias, mas sendo super sincera: eu estou mesmo é ansiosa para ver o João e curtir ele com as pessoas que farão parte disso! E que venham novas estórias.

2 comentários:

  1. Bom já que não comentei no outro post, comentarei neste, primeiro PARABÉNS, é uma conquista massa! Sobre o antigo João, todos os momentos neles serão recordados de forma feliz, mas como disse Dani, esse novo João trará muitas alegrias e viagens adventure, kkkkk. Seja bem vindo João Way, kkkk.

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  2. Huhuuuu! então aquele passeio com Rudá e tal....não vai virar lendaaaa!!!..hahaha...ô flor, tu merece muito mais! que massa!

    bem muito beijos e abraços pra tu!

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