quarta-feira, 21 de setembro de 2011

De volta à esquina


Seria muito mais simples eu dizer que não sei ao certo a razão pela qual eu passei tanto tempo longe dessa esquina. Mas o principal motivo de eu ter chegado até aqui, desde a primeira letra, foi a sinceridade. A sinceridade com os meus sentimentos, com o meu momento e com o meu tempo. E foi por eles que eu dei uma pausa, mas estando certa de que o retorno não tardaria.

Isso porque escrever é uma necessidade inerente a mim. Minha vida está mais corrida, os afazeres só aumentam, as responsabilidades também, mas a escrita sempre terá o seu espaço, pois ela beira o vital. E por mais que eu não desejasse falar mais sobre certos sentimentos, eles também estão intrínsecos ao meu ser e seria hipocrisia ou, no mínimo, desnecessário, dizer que eles não voltarão à tona.

Acontece que eu estou mudando. As minhas perspectivas de vida estão mudando e isso, naturalmente, refletirá nos meus textos. Já faz um tempo que estou tentando exercitar o se permitir, o experimentar, o ousar mais, só que sem esquecer-se do se respeitar. E talvez, também, por isso eu esteja mais aberta. Aberta a novas sensações, momentos e sentimentos. É bem provável que a aproximação dos 30 anos tenha alguma coisa a ver com isso, mas acho que é um todo mesmo. E 2011 tem sido um ano muito generoso com esse “todo”.

Eu, finalmente, voltei a viver nesse ano. Eu já não passo apenas pela vida ou preencho o meu tempo tentando tampar um buraco abstrato como eu estava fazendo desde junho de 2009. Eu tive que voltar pra terapia, mexer na ferida, entender a “cura” como algo que se faz de dentro pra fora e fechar o ciclo. O que não significa que passou. Significa apenas que eu quero que passe, que eu estou facilitando as coisas pra Deus e pra o meu destino agir sem bloqueios.

Por isso é muito bom estar de volta a essa esquina. É muito bom perceber que, de alguma forma, a minha vida está apenas começando e que ela terá nessa ou numa próxima esquina, uma nova chance.

Um comentário:

  1. Que venha a alegria, os sonhos, a esperança... É bom te ter de volta! Débora.

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